O que parecia ser mais uma manifestação nas ruas da capital quase termina em tragédia na manhã desta quinta-feira (01), na Sete Portas, em Salvador. Um Policial Militar (foto) da 2ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/ Barbalho), visivelmente nervoso tentou acabar com a ação dos moradores utilizando de violência.

Com um fuzil em punho, o soldado apontava a arma para os manifestante que se sentiram intimidados. “Esse policial é altamente despreparado. Estamos lutando por nossas vidas e a polícia deveria servir para organizar e defender os moradores e não para agredir e apontar uma arma para nós. Este é o homem que é pago para me defender?”, questionou uma moradora.

A equipe de reportagem do Bocão News, que chegou ao local minutos antes dos moradores fecharem a via, também foi vítima do PM – que não apresentava identificação –, e presenciou toda a ação. Enquanto o Tenente que estava à frente da guarnição tentava negociar com os manifestantes, o soldado ameaçava os manifestantes. O repórter da equipe do Bocão News foi pego pela camisa e só não foi agredido porque o repórter fotográfico e o motorista de veículo do comunicação o ajudou.

Os moradores protestavam contra a ação de policiais, que segundo os manifestantes, chegam à localidade do “Pela Porco” atirando. “Eu não aguento mais se agredido por policiais e escutar tiros vindo das armas deles. Trabalho como técnico de eletrônica, não sou vagabundo, e quando passo pela rua sou agredido e depois me perguntam quem eu sou. Primeiro bate, depois pergunta”, disse Carlos Alexandre  da Paixão.
 

Ainda segundo os moradores, na manhã desta quinta-feira uma guarnição da 2ª CIPM apreenderam um adolescente que não tem histórico de envolvimento com o crime. “Eles pegaram o jovem, bateram e levaram para a delegacia. Isso acontece todos os dias, só porque somos de uma comunidade carente não quer dizer que somos todos marginais”, desabafou Maria de Lurdes.

Segundo o Tenente Joselito os manifestantes devem protestar, mas de maneira organizada. “Se eles estão dizendo que os policiais chegam aqui atirando, eles devem se organizar, criar um grupo e procurar a secretaria de segurança. O que não pode é fechar uma via, prejudicando outras pessoas”, disse o Tenente.

A via só foi liberada após os policiais liberarem um morador que foi preso durante a manifestação. “Vamos continuar protestando. Sabemos que a violência e a droga está em nossa comunidade, mas eles não podem entrar aqui desse jeito. Todas as vezes que eles agirem assim iremos protestar e fechar a pista”, concluiu Alexandre.